O apagão pode ter sido causado por uma "vibração atmosférica induzida", segundo a operadora portuguesa REN.

Desde o apagão que devastou nosso país e Portugal esta tarde, especialistas buscam possíveis explicações para o "colapso do sistema" que afetou a rede elétrica da Península Ibérica. Por enquanto, as hipóteses incluem a possibilidade de um ataque cibernético ou um evento natural. Entretanto, no momento, não há nenhuma teoria confirmada.
Uma das últimas especulações foi feita pela operadora portuguesa REN em declarações à Reuters, sugerindo a possibilidade de "variações extremas de temperatura no interior da Espanha". "Houve oscilações anormais nas linhas de altíssima tensão (400 kV), um fenômeno conhecido como 'vibração atmosférica induzida'", afirma o breve comunicado, que não fornece mais detalhes.
José María Madiedo, astrofísico do Instituto de Astrofísica da Andaluzia (IAA-CSIC), acredita que uma vibração atmosférica (que pode ser causada por um raio ou um som alto) parece "muito estranha". De fato, o especialista descarta que tenha sido um fenômeno natural: "A primeira coisa que pensei foi que poderia ser algo parecido com o evento Carrinton ", explica à ABC, referindo-se a uma tempestade solar extrema que devastou o mundo inteiro em 1859.
O Sol é uma enorme bola de fogo que às vezes produz explosões impressionantes perto de sua superfície, lançando algo como "jatos" de partículas energéticas no espaço. E às vezes essas partículas se dirigem para a Terra, e é assim que vivenciamos as tempestades solares.
Embora essas tempestades solares não afetem diretamente nossas vidas, podemos sentir seus efeitos no espaço (elas podem literalmente fritar satélites) e, aqui na Terra, elas podem danificar redes elétricas, como aconteceu nesta segunda-feira. O problema com essa explicação é que se trata de um fenômeno tão localizado que não se encaixa na hipótese da tempestade solar. "Um evento teria afetado o planeta inteiro, não apenas a Espanha e Portugal", ressalta Madiedo. "Também descarto que tenha sido um fenômeno atmosférico."
ABC.es